terça-feira, 15 de setembro de 2020

Chama aberta

Diz. O que disseres. Enquanto dizes não choras por dizer. Cada palavra é um pouco profunda. Um poço fundo, de dizer. E enquanto o cacau sobra, diz. Há aromas por aí. Há cada momento mais corpulento… Por vezes, o virar lento da cabeça gentil, quase transparente de emoção febril, em si. Abre. Abre-te e diz. Se há outro texto por dizer, sê. O que quiseres. Enquanto és não choras por não ser: mago, ou partícula de Deus. Dar forma aos meus dizeres, de dentro, se o preferes. Há coisas que tocam. 

Eu sou um troço entre mim e eu. Vou no meu dorso, ao som do ar. Voar do sou para o vou-te amar. Sempre soube que a magia era, em ti, a chama de mim. Aquilo que temo dizer. Teimo em dizer: diz. Digo que tive a chama aberta. Digo que abraçava o mundo. Agora estou perto.

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