segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

À nora

Devo dizer mais. Isto está péssimo. Passo alguns dos meus dias a dançar no meu interior, sem saber por onde sair. Dizem que se morre pela boca. Será saída de emergência? Apesar disso, não me deixo atormentar por vendas porta-a-porta. Estou sempre atento. As horas batem, e eu defendo. Digamos que choro, mas apenas quando a necessidade aperta. Sou homem-martelo. O instrumento uso-o como baqueta de arremesso às peles que estão a tropeçar umas nas outras, por estar tão velho já. Não encontro forma de punição melhor. Eu não lambo mãos nem pés, então tenho que lamber feridas com a saliva dos outros. Como assim? Sim, como assim. Se não, comia como? Não encontro forma de sublimação superior. Enalteço-me, e bebo vinho, com trastes! Esses párias da guitarra que nunca explorei de forma a pagar as contas. Prefiro simplificar o divino - fractalizar o macro. Sou como um boi-boy à (volta da) nora.

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